Descrição
O recente surto de febre maculosa em Campinas trouxe à tona, mais uma vez, o dilema enfrentado pela cidade sobre a presença volumosa das capivaras, hospedeiros naturais do carrapato-estrela, vetor da doença. A preocupação não está apenas no impacto à saúde pública, mas também na maneira como a situação é gerenciada em termos ambientais e de bem-estar animal.
Tairi Gomes, economista e biólogo associado à Pró-Ambiente, tem uma visão particular sobre essa questão. Para ele, simplesmente remover as capivaras não é uma solução viável ou sustentável. As capivaras são animais extremamente adaptáveis e reproduzem-se rapidamente, voltando a ocupar espaços mesmo após esforços para removê-las.
“Trata-se de uma situação complexa que demanda abordagens equilibradas e sustentáveis. Não podemos simplesmente erradicar uma espécie de nosso meio ambiente”, afirma Tairi. Segundo Gomes, uma estratégia mais eficaz seria reorganizar a fauna da cidade, um objetivo alinhado com o projeto “Reconecta” da Secretaria do Verde. Isso permitiria um equilíbrio mais natural das populações animais e limitaria a expansão das capivaras em áreas urbanas. Ele também defende que o controle populacional por meio de vasectomia e laqueadura em capivaras pode ser uma opção a ser considerada, apesar de seus desafios.
“O desafio em unir o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental é uma das pautas mais importantes nos próximos anos. Os dois precisam estar em harmonia e conviver pacificamente. No caso das capivaras é fundamental manter uma área de vida delas com barreiras à população para que possíveis contaminações sejam evitadas. O manejo reprodutivo e ambiental é uma das saídas que pode produzir resultados efetivos”.
Saiba mais sobre o serviço da Pró-Ambiente de MANEJO DE CAPIVARAS E CARRAPATOS.